sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Preguiçoso, eu?

Preguiçoso não seria bem a palavra certa para me descrever. Tá certo, eu concordo que às vezes, “às vezes”, eu passo essa impressão. Mas talvez a palavra inerte seja mais cabível para descrever meu peculiar jeito de ser. E inerte não é necessariamente preguiçoso, mas simplesmente alguém que age de acordo com as leis. A primeira lei de Newton, mais especificamente.

Não é fácil por essa massa toda em movimento. Estou em repouso e, portanto, como já “legislou” Newton, tendo a permanecer em repouso. Eu é que não quero ser taxado de insurgente, de rebelde ou de caudilho da física clássica. Prefiro à obediência.

Este estado de repouso, por sua vez, de aparente inércia, não se encerra, como pensam muitos, na ausência de atividades. Pelo contrário. É no repouso e no silêncio que exerço uma das atividades mais fascinantes que podemos desenvolver: a observação.

A observação é uma atividade genuinamente passiva. Olha aí uma antítese interessante... (e olhe eu aí divagando e perdendo o foco...)

Contemplativo poderia descrever o meu semblante em grande parte do tempo. E é engraçado como essa aparência de calmaria esconde uma grande inquietação causada pelo borbulho de idéias, constatações, juízos e confusões que se desenrolam o tempo todo dentro de mim.

Claro que 99% de tudo que eu penso eu descarto. Minha “lixeira” mental vive precisando “esvaziar”. Talvez sejam tantos sentimentos, tantos pensamentos que a “máquina trava”, e fico assim, com essa cara de bobo olhando pro vazio. Os pensamentos que sobram, de vez em quando, posto nesse blog.

Em fim, dei voltas, enrolei, gastei meu verbo e o seu tempo tentando te convencer que:

Preguiçoso não, observador!