quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Carta aberta


"Campo Mourão, 05 de junho de 2006. 

Tássio:

Furto um pequeno lapso de tempo, valioso, cabe informar, para escrever-te (ou escrever-me) um singelo recado, para que seja lido em um futuro incerto. Em outra época cobrei-me, justificadamente, que me dedicasse a escrever mais. 

Acho interessante materializar em alvas folhas de papel (ou em luminosos monitores de computador), um pouco mais do que penso, do que sinto, para que permita, se a alguém interessar, conhecer-me melhor. Especialmente eu. Preciso alcançar um melhor nível de auto-conhecimento.

O tempo é escasso. A ampulheta, a areia do tempo flui, escorrega por entre nossos dedos, sem que possamos retê-lo. E enquanto o tempo rouba sua juventude, você ignora aquilo que pulsa em teu âmago.

Por quê? Tem vergonha? És um ser humano, um ato falho, bobo e sentimental, que buscou, às vezes nos mais dispensáveis detalhes, a perfeição que nunca, NUNCA chegou perto de alcançar. 

O seu futuro, afirmo, logo será passado, e as lágrimas derrubadas neste presente secarão antes mesmo de regar as glórias daquilo que planeja colher. E, se por ventura o sopro gélido ceifar o seu futuro, transformando-o num efêmero passado de tristezas alheias, tua sina poderá ser mais bem compreendida e, tua tristeza, finalmente revelada. 

Por isso reitero: viva, registre, escreva.

Atenciosamente,
Tássio"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As pedras vão rolar...

Faz tempo que quero falar sobre música. E já começo alertando aos críticos e musicistas de plantão que, NÃO, eu não entendo nada de música. Nó máximo, arranho quatro ou cinco acordes num violão, mas não consigo cantar e tocar ao mesmo tempo. Eu admito, sou completamente descoordenado (ou disléxico, vai saber...).

Ainda assim, sou um apaixonado pela música. Passo horas ouvindo bons CD's, fazendo downloads (pirataria feelings) e assistindo videoclipes no Redtube Youtube.

Quando somos mais novos, temos a tendência de sermos ecléticos. Eu já fui eclético, até uns 12 anos. Estamos em formação e somos presas fáceis da mídia e da modinha. Mas aí descobrimos algo que gostamos muito, nos aprofundamos e, quando olhamos para trás, temos até vergonha daquilo que curtíamos.

Antes de continuar, quero ressaltar que não estou aqui para ofender ou falar mal de qualquer outro gênero musical. Cada um gosta do que lhe apetece. E às vezes o gosto não é nem uma questão de escolha, é uma questão de identidade. O que eu quero é defender um gênero em especial.

Um dia eu descobri o Rock. Essa vertente musical é tão dinâmica e extensa que ainda posso me definir como eclético. Gosto de rock nacional, hard rock, heavy metal, grunge, punk rock, hardcore, rock progressivo, psicodélico, de garagem... enfim, Rock'n Roll.

A maior parte dos músicos que eu conheço tiveram no rock sua inspiração. Sim, no rock.

Ou por acaso você conhece alguém que quis ser guitarrista por causa de um solo de guitarra de Zezé de Camargo e Luciano? Ou um baterista que vibra com Luan Santana? E o baixo alucinante do Roupa Nova? E  o que dizer daqueles vocalistas sensacionais de funk, de pagode... Ora, os nomes citados são de grandes artistas em seus respectivos gêneros. Mas o foco é outro.

O foco é daqueles que enchem estádios, em qualquer lugar do mundo. É daqueles que estão presentes em todos os países, em todos os idiomas.

Acho que o rock fala para a alma como poucos gêneros musicais. E ele não se limita ao amor, ao saudosismo. Vai além. Fala dos problemas sociais, da violência, de política, corrupção, aborda questões existenciais. Protesta, conta histórias e estórias, fala de anjos, da vida e da morte. Depressão, felicidade, poesia e religião.

E os movimentos musicais que ditaram modas? Existem os músicos que acompanham tendências, são "da modinha". E tem aqueles que ditam as regras. Subvertem a moda, a mídia à sua vontade. Movimento Punk,  movimento Grunge. O rock não conhece fronteiras, não tem limites.

Estou evitando dar exemplos. Seria injusto citar alguns nomes quando o rock fornece toda uma enciclopédia musical, em todos os instrumentos que se possa imaginar. Da flauta ao acordeon. Dos meninos de Liverpool ao vovô que comia morcegos.

É, o rock liberta, quebra paradigmas. Afinal, quem aí nunca quis ter uma banda de rock?


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Procurando "eu"


Me perdi, mais uma vez.

Parece uma simples questão de estar, quando na verdade se trata de uma questão de ser. Estou perdido, mas eu ainda sei onde estou. Paradoxo? Não. O que eu não sei é: quem eu sou?

Ainda não descobri. Mas já sei onde procurar: lá, bem longe dos holofotes, escondido no silêncio da reflexão, em meio à solidão dos meus pensamentos.

A jornada é longa, a estrada sinuosa. Mas é apenas lá que poderei me encontrar, descobrir quem eu verdadeiramente sou. E você, sabe onde se encontrar?