terça-feira, 30 de novembro de 2010

À sua imagem, minha semelhança


Não me interessa quem eu sou. Ainda insisto no velho erro de tentar me definir. Logo eu, falando sobre mim, que incoerência.

Eu sou aquele velho retrato, preto-e-branco, em alguma prateleira na casa da sua avó. Sou aquele antigo disco de vinil, esquecido na caixa de algum guarda-roupa. Ou apenas mais um blog, chato e maçante, em meio a tantos vídeos e músicas que rolam na internet.

Não perca seu tempo querendo me entender. Já basta o tempo que eu perdi. Eu não quero ser, quero apenas estar. Não tenho rótulos, sou uma garrafa vazia, me encho com o que você me dá.

Fique a vontade para me rotular, sou exatamente aquilo que você acha que eu sou. Olhe atentamente nos meus olhos. Olhe, julgue, rotule. E verá você. Porque eu, eu não sou ninguém. Eu sou apenas o seu espelho.