Não saberia precisar desde quando. Semanas, meses, anos... estou morto, em vida. Um processo lento e contínuo que envolve autoconhecimento e autodestruição. Obsolescência programada por um coquetel de medicamentos que me levou de mim.
De quem são essas reflexões vazias, que se assemelham à sentimentos distantes, que as vivo quase que em terceira pessoa? E onde estou eu, em meio à tudo isto? Deitado, na cama, sob efeito de alguma droga, indiferente?
Estar e não ser. Não ser mais quem era, de bom ou ruim. Morrer por completo para, quem sabe, um dia renascer. Diferente? O mesmo? Ou permanecer morto? A árvore, no meu desenho, estava seca. Mas continuam me regando, com bromidrato de citalopram e clonazepam. Ah, e água, é claro.
Que o sol possa fazer o seu trabalho.